Amado até os dentes
Luz, câmera, inação !!!
Bangue-bangue de ambos os lados
Na terceira fila, enfileirados,
Cidadãos e bandidos armados.
Não dão as mãos
Ainda não
Mas no escurinho da emoção
O bandido se espreguiça
Estica o braço
E seduz com nós de aço
O pacato cidadão
Sua arma intimida
Seu dinheiro compra a vida
Tem um “q” de meliante
E um P livre – de Paixão
Já desce a mão, o ardiloso bandido
E sem pudor nem estampido
Acaricia o cidadão
E este, agora petrificado
Já vê que o bandido
Amado e armado
Cobra o preço da situação
Nós amamos os bandidos. A contravenção exerce na cultura brasileira um papel de amor proibido, desde muito alimentado.
Nas primeiras décadas do século passado o malandro tinha seu charme; Alguns anos depois o bandido de morro (já totalmente descaracterizado e sem referências, tornado o bandido que assalta e atira) foi tido como resistente e mesmo herói por muitos setores da esquerda, durante a ditadura militar; A famosa “lei de Gerson” foi proferida e aplicada com orgulho por muitos deste país que achavam (e ainda acham) que o certo é querer levar vantagem em tudo; o político que “rouba mas faz” sempre conseguiu se reeleger (inclusive muitos que roubam e nada fazem); hoje, meninas da classe média se seduzem pelos fuzis ostentados nas bocas de fumo enquanto funks proibidos de apologia ao crime circulam nos celulares e I-Pods da Barra da Tijuca; em meio a tudo isso, as armas sempre foram vangloriadas pelo cinema norte-americano, estando presente nas mãos dos mocinhos para quem tanto torcemos.
Não me admira que a violência, tendo sido tida como dogma, exploda pelo mundo afora trazendo suas conseqüências para todos, da maneira mais democrática possível.
Santa barbárie !!!
Agora que o carioca começa a se dar conta do nível bélico atingido na guerra cotidiana – agora que não chovem apenas balas, mas também aeronaves… Agora… E AGORA???!!!
Já esquecíamos o último rompante de violência, não sei se Garoto arrastado, Bebê fuzilado pela polícia, Roubo de armas no quartel ou Sequestro do 175… Sei que quando já esquecíamos, um helicóptero da polícia militar caiu em nossas cabeças, explodindo no campo das consciências amortecidas.
Décadas de exclusão sistemática transformaram o Rio de Janeiro em palco do bárbaro espetáculo carioca deste começo de século: território fragmentado e ocupado por organizações criminosas armadas; população vítima impotente de confrontos sem fim; classe média confinada em casa ou nos shoppings e ricos gastando rios caudalosos de dinheiro em fortalezas, blindagens, câmeras, sensores e alarmes – comprando a melhor proteção enquanto o resto da população faz o que pode com precauções, orações e Lexotan.
Sempre soluções particulares (com exceção das orações em nome de todos) para um problema que é público. Desde o início dos anos 90 o discurso do “privado-acumulativo-o-social-é-consequência” vem sido martelado e repetido. Precisamos do onze de setembro para questionar verdades absolutas que vinham guinando o mundo para o suicídio.
Mas participar saiu de moda. Pois é participação da população o que falta para esta e tantas outras metrópoles superarem a doença de ser violento, seja atirando ou excluindo, ferindo ou se omitindo, roubando ou abandonando, sequestrando ou esquecendo.
Não fazer nada também é uma violência.
Presença dos deputados da Alerj
Email do seu deputado estadual
Plano diretor da Cidade do rio de Janeiro
Transparência Olímpica – Rio 2016
Ação da cidadania contra a fome, a miséria e pela vida
CUFA _ Central Unica das Favelas
Pbl.
No próximo post: Nós adoramos os bandidos…
Pele de burro não é transparente
O Governo do Estado e a prefeitura acabam de lançar o portal Transparência Olímpica, aonde estarão online todos os gastos referentes à realização das olimpíadas 2016 na Cidade Maravilhosa; herança do portal Transparência Brasil, em que gastos públicos passaram a ficar disponíveis a partir de 2004.
O fato de as denúncias de uso de verbas públicas para montagem de apartamento funcional de luxo para o reitor da UNB (a famosa de lixeira de R$900,00) terem eclodido graças ao Transparência Brasil mostra a importancia destas iniciativas.
A marcação deste endereço nos favoritos de seu navegador é obrigatória. Fiquemos de olho, porque depois não adianta chorar sobre a verba derramada!
Acompanhe a promessa de transparência do Governo do Estado, publicada no portal do Estadão
Pbl.
2016 motivos para comemorar
O Rio é bem como o Lula… Só levou na quarta candidatura.
Homenagem comemorativa à vitória da cidade maravilhosa na disputa para sediar as olimpíadas de 2016. Agora nos resta ficar de olho, pois é uma baita responsabilidade sediar uma copa e lopgo em seguida uma olimpíada. Não nos esquçamos da expperiência do Pan americano… O dinheiro ninguém sabe até hoje aonde foi parar, e as “heranças” prometidas não apareceram. Se a população carioca e brasiloeira, em geral, não ficarem atentas, a cidade pode pagar um grande mico nos dois eventos. Pressione seu deputado e seu vereador, queira saber das obras e das verbas – vamos mostrar ao mundo que o Brasil pode, sim, fazer um evento transparente e bem-sucedido.
Só pra constar, na copa da Alemanha mais da metade dos investimentos foi feita em transportes e em mudanças estruturais que podem ser vistas e aproveitadas pelos cidadãos até hoje e ainda por muito tempo – coisa que não se pode falar do Pan carioca.
Olho aberto, brasileiros!
Pbl.
Baixe qualquer disco: rápido, fácil e democrático !
Depois de passado o luto pela morte da comunidade Discografias Completas do Orkut e de ter anunciado os blogs de música como novos pólos de liberdade para a troca de arquivos, tenho a felicidade de anunciar que descobri uma forma inusitada de conseguir discos pela internet. Não é preciso ir a endereço algum e ficar catando o nome dos artistas e discos. Os sistemas de busca já existentes podem ser usados para encontrarmos facilmente o que queremos nesses blogs.
Se pedirmos nome de artista e álbum ao oráculo (também conhecido como Google), os links que aparecem são invariavelmente de sites que vendem os discos ou os arquivos (americanas, submarino, amazon etc). Porém, catando capas para os discos que tenho aqui em casa, descobri uma coisa incrível:
Basta pedir a busca de imagens do Google, com artista e álbum, para encontrar de cara inúmeras capas do disco. Quase sempre os primeiros resultados são de imagens postadas… em blogs de música!!! Geralmente, em três ou quatro cliques podemos encontrar o álbum procurado, disponível para download, e ainda conhecer um novo blog, com grande acervo e outros discos postados regularmente. Grande parte do acervo desses blogs é de discos que não etão no circuito oficial da grande mídia, o que nos permite conhecer artistas e obras dos quais não teríamos notícia pelos anúncios de TV.
Pode buscar discos antigos, vinis que sua mãe escutava ou obras raras: é quase certo de encontrar, além de ser mais fácil e rápido que a busca nas comunidades do Orkut.
Vá em frente, busque, baixe, ouça, passe adiante. Quando as gravadoras se derem conta e moverem a pesada máquina judicial para acabar com essa liberdade, já haverão outras tantas formas de trocar músicas.
E antes que eu me esqueça… Pirata é a mãe!!!!